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Bruno Quadros analisa saída do MAC: “Situação não foi bem conduzida, faltou um pouco de respeito”

Quatro dias depois de deixar a coordenação de futebol do MAC (Marília Atlético Clube), Bruno Quadros, voltou a analisar sua saída do alviceleste. Em contato com o Marília Gol nesta quinta-feira, 16, o treinador deu sua versão dos fatos e revelou uma chateação pela maneira como as dispensas foram conduzidas.

O MAC confirmou oficialmente as mudanças na última segunda-feira, 13, após uma reunião dos diretores, porém, Bruno Quadros afirmou que sabia do que estava acontecendo desde sábado, 11. O ex-coordenador maqueano ainda comentou sobre a atitude de Luciano Quadros que em solidariedade aos profissionais deixou a equipe.

As questões financeiras também vieram a tona na conversa assim como detalhes do projeto que o treinador vinha comandando com objetivo de facilitar a integração dos atletas sub-20 com o time profissional que disputará a Série A-2 em 2016.

Confira a entrevista de Bruno Quadros ao Marília Gol sobre a saída do MAC.

Marília Gol: Como você soube que seria dispensado do MAC (Marília Atlético Clube)?

Bruno Quadros: Na verdade o que eu soube foi através da imprensa e isso não foi legal como já disse em alguns programas que participei. Acredito que não houve um respeito a quem respeitou o clube sempre e acho que na forma que eu entendo, educada e respeitosa, a situação poderia ser conduzida de outra maneira, porém, foi um erro que eu acredito que tenham visto e percebido que erraram. Agora a vida segue.

MG: Na segunda-feira, 13, houve uma reunião e a diretoria comunicou oficialmente sobre as saídas. Quais foram as justificativas da direção para as mudanças na comissão técnica?

Bruno Quadros: O motivo deve ser perguntado a eles (diretoria), mas eu já vi que falaram que foi financeiro, não, não é financeiro até porque já tinham me dito que poderia haver problemas e que conversaríamos durante a caminhada se houvesse alguma dificuldade financeira. A saída foi explicada pelo presidente que o conselho, ou melhor “nós” da diretoria decidimos desta forma e o presidente acatou a opinião da maioria. Ponto.

MG: Luciano Quadros com quem você vinha trabalhando no sub-20 ao saber das saídas optou por deixar o MAC. Como viu essa atitude?

Bruno Quadros: A questão é muito simples. Você monta uma equipe e aí sai todo mundo, simples. O Luciano poderia muito bem ter ficado, não vejo menor problema nisso, temos uma relação muito verdadeira e entendemos que nós trabalhamos juntos e também separados como já ocorreu em outras equipes. O que realmente aconteceu foi uma quebra de trabalho. Sou do meio do futebol e estou há 30 anos como o Luciano e o Jean estão, agora vai chegar alguém aí e não vão enxergar os meninos da base no profissional. Nossa ideia era fazer um trabalho neles (atletas sub-20) para que entendessem e quando chegasse em janeiro, já conhecendo o método de trabalho, simplesmente dar continuidade com o profissional e não esperar chegar o começo do ano e aplicar o trabalho. Eles não entendem em um mês, não assimilam, isso leva tempo no mínimo três anos. Sabíamos que não teríamos três anos para fazer isso no MAC, porém, oito meses já era um tempo para desenvolvê-los. Nós estávamos testando agora para ter uma ideia do potencial lá na frente. O clube tirou uma equipe, você monta uma equipe aí sai um naturalmente que saiam todos. Vai continuar o projeto? Sabemos que não, tira um e a partir daí o outro fará do jeito dele. Tiraram a ideia do projeto. Colocar ou tirar é uma opção de quem está no comando, o porquê a pergunta deve ser feita a eles.

Bruno Quadros dirigiu o MAC em 12 rodadas do Paulista (Foto: Divulgação)

MG: Ele (Luciano Quadros) ainda falou sobre mandos e desmandos na diretoria, disse também que no MAC e outros times do Brasil, qualquer pessoa que doa um saco de pipoca se acha no direito de cobrar e tomar decisões pelo clube e que esse seria um dos motivos pelo qual o futebol brasileiro continuará perdendo por 7 a 1. O que você pensa sobre isso?

Bruno Quadros: Não posso opinar uma opinião, mas digo o que eu penso de como tudo aconteceu. Foi algo que não foi bem conduzido, algo que acabou tendo uma falta de respeito com quem teve respeito em todo o tempo que trabalhou nesse clube. Essa é a minha visão. Entendo que quem não é do meio não sabe, mas vamos lá eu acredito que não sou mais importante que o Felipão e não sou mais importante que a Dilma e nenhum deles teve a metade da capa de jornal como tive. Por isso acho que faltou respeito, houve uma exposição desnecessária e posso até dizer que houve maldade, porque uma capa de jornal não é barata, usaram isso e não foi legal. Meia capa de jornal, eu não tenho essa importância toda. A condução foi ruim, ela foi errada e a vida é assim. Espero que quem fez perceba e consiga entender que errou, mas também se não quiser entender ok. Eu faria de outra maneira, comunicaria na hora, resolveria imediatamente quando foi tomada a decisão de encerrar o projeto e tocar como querem agora. Escolher e tirar faz parte, mas a condução foi desagradável e é isso. Sou muito sincero pra dizer. O que vai acontecer a partir de agora não sei.

MG: Em relação à questão financeira e os compromissos com o MAC poderia comentar a respeito?

Bruno Quadros: Costumo dizer que a minha família e contratos são coisas pessoais que não tem que falar nada para ninguém. Essa questão é totalmente minha e não preciso externar, mas como fui no programa e falei eu vou dizer o seguinte. Estava no Rio de Janeiro, me chamaram eu vim e trabalhei. Fui embora. Me chamaram novamente e eu disse é para fazer dessa forma? Então faremos. Pode ser assim? Não, não pode. Então tudo bem, quero dessa forma. Fica bom para vocês? Ponto. Eu só falei de salário, não falei de pagar antes ou depois. Quando você vem para o MAC, um local que nós sabemos perdeu a credibilidade não por conta do clube mas das gestões, você pode fazer isso de pedir adiantado para trabalhar. Muito bem eu não fiz isso. Eu coloquei aquilo que eu queria de salário para montar a equipe, não liguei no clube e não bati na porta. Me ligaram e me chamaram. Eu entrei em um acordo de uma forma melhor e fiz assim. Dá dessa forma? Dessa forma sim e vim trabalhar. Ao chegar me falaram, toma aqui já três meses e não cinco como estão falando. Me deram porque quiseram, pois entendiam que dentro da dificuldade que o clube vive já queriam deixar tudo certo. Para finalizar, pagaram três meses ao Luciano e o Jean sendo que para mim foram dois meses e meio porque acordei dessa forma no final. Tudo que está se levantando essa semana de informação está errado. Estou explicando algo que não precisa explicar mais e essa é a história.

MG: Quais seus planos a partir de agora? Continuará buscando oportunidades como treinador ou tentará algum cargo na coordenação técnica?

Bruno Quadros: Sou treinador de futebol. Estava neste cargo no MAC porque montamos a equipe sub-20 para que pudéssemos utilizar os jogadores no profissional. Essa era a ideia inicial e verdadeira. Sou treinador e a questão de coordenador técnico é porque você discute trabalhos de campo, montagens de elenco, como as categorias de base jogam, cobrar o treinador sobre a forma de trabalho, o que está sendo feito e colocado em prática no jogo ou não está sendo feito e o porquê. O trabalho do coordenador técnico tem muitos dados, tem campograma, scout de campograma, avaliação de jogo, mapeamento de jogadores dentro do seu time e de outras equipes em função da montagem de elenco futuro que seria a A-2. Muitos se confundiram que o Bruno entrou e era o homem do futebol e isso não é verdade. Continuo minha carreira como treinador, o telefone toca no Paulista, no Rio de Janeiro com possibilidades e vou avaliar.


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