“Por isso que o futebol brasileiro continuará perdendo por 7 a 1”, diz Luciano Quadros após deixar o
O MAC (Marília Atlético Clube) anunciou nesta segunda-feira, 13, após reunião as demissões do coordenador de futebol Bruno Quadros e do auxiliar técnico Jean Rodrigues. Com a saída da dupla, Luciano Quadros, treinador do sub-20, também resolveu deixar o alviceleste em solidariedade aos companheiros dispensados.
A direção maqueana contava com a permanência de Luciano, mas respeitou a decisão. Em contato com o Marília Gol, o agora ex-técnico do Maquinho sub-20, abriu o jogo. Quadros explicou a saída do clube, comentou sobre o trabalho desenvolvido na base, os mandos e desmandos na diretoria e fez até ligação do momento com a goleada de 7 a 1 que o Brasil sofreu na Copa de 2014.
Confira trechos da entrevista com Luciano Quadros.
Luciano Quadros dirigiu o MAC Sub-20 em oito partidas e conquistou cinco vitórias, um empate e duas derrotas (Foto: Assessoria/MAC)
Saída do MAC
Foi o Bruno Quadros que me convidou e trouxe para o Marília. Havia todo um planejamento, um projeto e diante disso aceitei. Agora entendendo que o Bruno está fora, não vejo perspectiva para que se faça uma coisa séria e real para dar continuidade a reestruturação que foi dita pelas pessoas que comandam o clube hoje. Sem a presença dele não via perspectiva para que a coisa andasse de uma forma verdadeira. Fiquei surpreso com a notícia e soube no sábado através de um jornal da cidade e que tudo envolvia questões financeiras e resultados.
Mandos e desmandos
Infelizmente nós temos visto que os mandos e desmandos no Marília não são de hoje. Essas pessoas que comandam o clube, diretores e afins nem sabem o que quer dizer, qual a função e a importância do cargo de um coordenador técnico de futebol. Fiquei chateado por saber das mudanças pela imprensa, ninguém havia comunicado nada e já vi no fim de semana que algumas coisas erradas estavam acontecendo. Agora o que eu gostaria de deixar bem claro, é uma pena, mas isso explica mais uma vez o porquê o futebol brasileiro tomou 7 a 1 e continuará levando.
7 a 1 foi pouco
No MAC e em vários outros clubes do futebol brasileiro, qualquer pessoa que doa um saco de pipoca se acha no direito de cobrar, indicar jogador, contratar, demitir treinador e conhecer esquema tático. Qualquer um se acha no direito. Por isso, reiterando, o 7 a 1 do ano passado. Foi pouco e vamos tomar 7 a 1 por no mínimo mais dez anos.
Trabalho na categoria de base
Ainda a muita coisa para continuarem fazendo, mas você pode conversar com qualquer atleta do sub-20 e saberá por eles que houve uma grande evolução técnica, individual e em todos os aspectos durante esse período de trabalho. Me despedi do grupo ontem (segunda-feira) e tive uma resposta que talvez nem o maior título que eu vá ganhar na carreira seja superior diante de tudo o que os atletas me falaram. Deixo o Marília bastante satisfeito, pois tudo que poderia dar aos jogadores para desenvolver a parte técnica, tática, física, comportamental e mental consegui aplicar.
Acerto financeiro
Aceitei vir para o Marília desde que o clube me pagasse adiantado. Fico chateado pelas pessoas que não receberam ainda, pois soube que alguns profissionais dentro do clube continuam sem receber, mas minha forma de trabalhar foi essa e eles (diretoria) concordaram na época.
Vida em Marília
A cidade de Marília é maravilhosa. Minha mulher até comentou comigo que nunca tínhamos ficado em uma cidade com pessoas tão educadas e receptivas, por isso gostaria de destacar e parabenizar o povo mariliense.
Próximos passos
Dois clubes paulistas da Segundona (4ª Divisão) já me procuraram. Além disso, teve um interesse real de uma equipe sub-20 também de São Paulo. Agora é fazer contatos, buscar novos rumos porque a vida de treinador é essa.